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Análise do filme “Bird Box” – parte 3

Fazendo uma análise dos personagens do filme Bird Box, penso que a escolha dos personagens pelo autor foi muito feliz e complementa a mensagem por trás do contexto em que o filme se desenrola. O filme mostra o total despreparo que a nossa sociedade tem em conseguir sobreviver ao caos, o quanto as pessoas são distantes uma das outras e como há dificuldade em se conseguir rapidamente a organização de tarefas em um caso como este.
A individualidade é gritante em cada personagem e o ego é muito exacerbado, o filme começa com a personagem principal e a irmã dela, que conversam sobre a gravidez da Malorie e ela chama o bebê de feijãozinho, o que inicia entre ambas uma conversa e a irmã disse que compreendia que não seria fácil amar alguém que ainda não se viu, não se conhece, eu penso que essa conversa inicial chama a personagem para uma abertura de consciência para o amor, aquele que a gente desenvolve na convivência com o outro, mas também para até mais, aqueles que sequer conhecemos, e essa conversa continua com a doutora na clínica – que, aliás, é uma que consegue se salvar também – que trabalha a mesma abordagem com a personagem.
Estamos o tempo todo nos relacionando com pessoas que vibram em diversas faixas de consciência e isto, é claro, tem um propósito, no filme isto fica claro e a mensagem é “cultivem o amor maior”!
O filme se desenvolve e logo no primeiro momento quando se inicia o processo do caos, Malorie estava saindo da clínica e percebe uma moça batendo a cabeça no vidro, que a situação se inicia ali e chama a irmã, já no carro elas tentam escapar mas tombam o carro; em frente tem uma casa Malorie cai e uma mulher que estava protegida dentro da casa corre para salvá-la, pois viu que ela estava grávida, os gritos do marido que dizia para não fazer isto, é claro que por estar grávida Malorie estava protegida por uma força do amor de Deus, então por ter tido esta atitude a mulher perdeu a sua oportunidade.
Não olhar para trás, não tentar salvar quem ficou nesse momento é crucial, entender que a morte é condição do estado vibracional de cada um, a passagem foi aberta, era ir para frente e sair da matrix em que o mal tomou conta, era uma questão de escolha, morrer junto nesse caso é ignorar que a passagem é individual e que precisamos entender que tentar evitar a morte do outro em meio a tudo isto é também um apego, é enxergar a morte como um mal; porém, a morte é apenas uma passagem.
Sim, desenvolver o altruísmo nas pessoas, o desejo de salvar o outro é importante; porém, em momento em que alguém está se afogando, se você tentar salvar e outro não estiver no equilíbrio, ele irá levá-lo junto, são aspectos que precisam ser considerados.
Cada um se encontra dentro da realidade que cultiva e o mal é um aspecto que nos coloca dentro da afirmação que cada um tem em acreditar na sua existência. Quando nos colocamos acima dele, ele deixa de existir, porque ele é apenas um aspecto do nosso estado vibracional.
Mas continuando…. Dentro da casa todos os personagens se mostram egoístas, mas percebem que se quisessem sobreviver precisariam unir forças. Duas mulheres grávidas, um homem mais idoso com sua aspereza e de um caráter duvidoso, que em determinado momento ele mesmo faz uma autoanálise e admite o quanto era ruim em seu comportamento; relatou, resumindo a sua vida e seus casamentos e quantos assistindo ao filme são levados a fazer uma autorreflexão de suas vidas nesse momento? E quantos podem perceber que precisamos nos depurar no amor e no convívio com os nossos pares?
Eu poderia falar mais sobre os demais personagens, mas vou encurtar e dizer que, dentro do filme, todos foram colocados à prova em seus sentimentos mais baixos e suas atitudes naquele momento crucial de escolhas, mas a Malorie teve a maior oportunidade, pois teve um tempo, uma vida, a convivência de um período de 5 anos aproximadamente com um companheiro e as duas crianças, teve a chance de desenvolver o amor e de alguma forma nesse tempo, ela conseguiu EVOLUIR, em fazer daquele momento a missão de levar às crianças uma possibilidade de vida futura.
Ela desenvolveu também muito mais a sua percepção, o seu sentido para conseguir vencer as forças do mal que tomaram conta do mundo lá fora e podemos concluir que desse sistema existe uma saída, que é a evolução no sentido do amor, mas um amor desprendido, abandonando o ego. O filme tem um aspecto muito parecido com o da Profecia Celestina, onde há a busca dos personagens por um lugar onde só quem abandona o ego consegue alcançar.
Eu diria que há vários aspectos psicológicos que são importantes, abordados pelo filme, não sei se foi proposital, mas dificilmente temos a oportunidade para encontrar em um filme material tão rico para o estudo da espiritualidade, sobre o aspecto do salto quântico e das diferenças vibracionais.
(Gilda Santos, 9/1/19)

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