Exu é só uma palavra; você pode chamar o guardião do nome que a pessoa quiser, estando dentro de uma religião, com dogmas, com fundamentos próprios, de acordo com a linha ou escola, o nome não altera a qualidade. Quando se fala em Exu, na nossa cultura cristã e sempre fundamentado na figura de Deus ou diabo, demônio ou anjos, toda essa cultura muito bem enraizada no nosso país, vem esse conceito de dualidade, onde ele se enquadra dentro da categoria de demônios, porque dentro de uma consciência aberta, do entendimento das energias, constituída a realidade das situações, a gente entende que não tem o lado esquerdo, não tem diabo ou Deus, são as faixas de frequência.
Quando se fala de Exu, de um guardião, vem sempre aquela ideia do culto afro-brasileiro, se faz o sacrifício de animais, se usa para fazer o mal. Acontece isso? Acontece. Só que Exu não é somente isso, até mesmo porque cada escola vai fazer o uso do guardião de acordo com a sua linha de entendimento.
A palavra Exu está bem carregada de preconceitos, de falta de entendimento, inclusive pelas próprias pessoas que fazem o uso desses guardiões dentro de determinadas religiões. Essa figura, com esse nome, está muito distorcida; uma ideia falsa dessa entidade que é chamada dentro das escolas afro-brasileiras de Exu, mas, em outras linhas, como a Wicca e outros segmentos, essas mesmas entidades podem estar trabalhando também com seus papéis de guardiões e, no entanto, é desconhecido esse rótulo do Exu.
O guardião é uma função, um campo de trabalho dentro da espiritualidade, o nome que é dado pouco importa. Então, dentro das religiões afro-brasileiras, dão o nome de Exu e fazem o uso de acordo com aquela cultura.
A ideia que eles têm do guardião também está dentro da cultura daquela religião, por exemplo, a Umbanda é baseada na cultura africana ancestral, mais antiga, onde os conceitos cristãos não existiam e, quando chegaram ao Brasil, foi feita uma mistura de uma cultura africana onde eles possuíam esses guardiões, onde eles trabalhavam com esses guardiões, dentro de outros conceitos e que não eram os conceitos cristãos e aqui eles tiveram que adaptar toda essa ideia a um conceito cristão, onde Exu faz mal, vai lá pra matar, onde o Exu é demônio, com distorção total da realidade, falta de conhecimento da estrutura das vibrações, dentro de uma realidade na matéria, coisas que se sustentam.
Então, dentro da Umbanda, por exemplo, essa figura do Exu, eles fazem o uso simples pela necessidade que eles têm; nem toda a cultura africana faz o uso pelas necessidades que eles têm, nem toda escola de Umbanda faz o uso exatamente porque está muito arraigado todo esse conceito cristão europeu, do catolicismo, do Diabo, de daquilo tudo que foi criado e repassaram para uma estória.
Então, quando se fala de Exu, tem sempre uma ideia distorcida de um obsessor, que escraviza as pessoas e faz o mal. No meu ponto de vista, quando se fala de Exu, não tem nada a ver com o que se fala por ai. Tendo contato com algumas pessoas, analisando este ponto de vista, dos guardiões dentro das religiões, eu percebo que, até dentro dessas escolas, eles têm muito pouco conhecimento a respeito dos guardiões, dos orixás, até mesmo os pais de santo, às vezes, eles são criados dentro destas culturas, eles têm aqueles fundamentos e os entendem, de uma forma mais racional, mas a consciência e uma ciência maior eles não têm.
Às vezes, sabem lidar com tudo aquilo, os conceitos que chegam através das estórias que são contadas e daí surge muita distorção quando se fala do guardião, coloca o nome do Exu daí distorcem tudo, porque esse nome, essa figura, foi distorcida e ainda é distorcida, existe pouquíssimo conhecimento, principalmente por aqueles que muitas vezes são médiuns, alunos e são iniciados nessas escolas afro-brasileiras; é perceptível isto, existe uma profunda falta de conhecimento desses guardiões, porque está muito arraigado com conceitos do cristianismo, então este conceito do cristianismo europeu é escancarado; então, pra eles, se fazem um trabalho mais pesado é o Diabo por mais que esse guardião tire o mal, tire as doenças, ele abre o caminho, protege, orienta para a evolução, enfim, é um guardião!
O Exu faz, dentro de certas escolas, aquilo que as pessoas pedem para que ele faça; acaba fazendo alguns desses trabalhos, lembrando que aquele que se chama de Exu não faz o mal; quem conhece o Exu sabe que ele é o guardião das leis da natureza, está nas portas onde se regem certos mistérios da natureza, eles guardam a própria lei cósmica. Estes guardiões têm profundo conhecimento das leis, então eles não fazem trabalho para o mal, como é entendido para a maioria das pessoas e até mesmo dentro dessas religiões.
Se tem alguém que pode estar fazendo algum trabalho distorcido, pode ser outra categoria de espírito que não é um guardião e não um Exu; é uma questão mesmo de estudar e de compreender a função, a categoria desses espíritos, então existe muita discussão.
Exu é guardião, assim como as Pombagiras são guardiões também. Quando se fala na Pombagira logo se associa a figura de uma prostituta, alguém que vai ajudar a roubar o marido da outra ou coisa assim, fazer amarração. Pombagira não faz isso, ela trabalha dentro da lei natural, para a gente poder entender estes trabalhos, temos que estudar as leis da natureza, para entender como esses guardiões agem; nem tudo o que a gente quer ou imagina que poderia ser, dentro de um fluxo natural, é possível; nossos conceitos de bem e mal, na nossa estrutura social religiosa, inclusive das leis humanas e das instituições, elas, às vezes, fogem muito daquilo o que é a lei natural.
Esses conceitos de certo ou errado, do bem e do mal, têm muito a ver com aquilo que a gente criou através das religiões e através das instituições. Quando um guardião desses trabalha com a lei natural, muitas vezes movimenta certas coisas; podem julgar que é o mal ou magia negra, sendo que, na verdade, ele está simplesmente sendo regido por uma lei maior, ele só é uma ferramenta. Então, é necessário que a gente, que estuda, tenha a compreensão de que se está buscando trabalhar com energias; temos que ter o esclarecimento, porque esses guardiões estão à nossa disposição e podem simplesmente nos guardar de muitas coisas, nos ensinar muitas coisas.
Aprenderemos muito através desses guardiões ancestrais, que têm muito conhecimento, que fazem parte da nossa energia e que estão adormecidos; é uma questão de despertar para uma forma mais ampla, para todo um conjunto de realidade, onde não existe só uma frequência de 2800 Megahertz; existe também a nossa realidade, o nosso ser, e as nossas frequências se completam em faixas mais baixas; a gente vive dentro dessa realidade material e, nesse momento, ainda estamos sujeitos a essa realidade; as nossas ferramentas estão aqui.
Então, com relação ao Exu, que é um guardião, a gente tem que entender também um pouco das leis para saber porque esses guardiões agem de determinada forma. Os guardiões são doutrinados a seguir uma lei dentro de uma religião, por exemplo, às vezes eles aceitam, porque eles precisam guardar também, outras coisas que desconhecemos dentro daquele conjunto de ideia e de entendimento; é um assunto amplo.
Poderíamos até fazer aqui um curso completo para definir melhor essa figura do guardião e a presença dele na nossa vida. Teríamos que entender várias culturas como as afro-brasileiras, porque funcionam daquele jeito, enfim, é muito estudo para fazer.
Mas Exu, no meu ponto de vista, é um guardião, diferente de um espírito obsessor porque tem linhas de magias que usam para atacar um ente, daí estamos falando de outra coisa e esse que está atacando não é um guardião, não é um Exu e sim um obsessor, que é contratado, que é pago, que é escravizado e obrigadova cumprir aquele papel com determinados magos que estão mexendo com aquela linha de trabalho que não tem nada a ver com o Exu.
Exu não faz esse tipo de trabalho, ele guarda ele é guardião das leis, como todo guardião, não importa o nome ou a escola que você segue, o nome que você quer dar, um guardião sempre trabalha como cumpridor das leis.
Que leis são essas? As leis da Igreja Católica, da Umbanda, da Quimbanda? Não. São as leis da própria natureza.
(Robson)