A estrutura de vida que nos atrai é um modelo de viver bem dentro do conceito produtivo de facilitar o movimento de comércio, indústria e todo um sistema financeiro, coordenado por controle político. Por isto quanto mais perto para muitos morar próximo desses centros melhor , nisto consiste na escolha de muitos por morar nas cidades grandes e isto traz alguns aparentes benefícios e foi justamente esta visão que aproximou tanto as pessoas a conviver dentro destas grandes cidades e apilhados disputando moradia em pequenos espaços; tudo para atender uma proposta de mundo onde a busca do dinheiro compra e mantém este sistema.
Na contrapartida abdicamos dos espaços que se acercavam das moradias envoltas na natureza viva para compartilhar parques em áreas não tão próximas destas pessoas muitas vezes. Este é o padrão dos mundos civilizados e tudo o que contrapõe a este modelo de mundo é considerado como um mundo selvagem ou primitivismo.
Mas de repente se percebe, que tudo o que não se ensina nos caminhos que coordenam estas estruturas é como viver nestes nichos de aglomerações caso este sistema falhe por algum tempo. Como manter toda uma sociedade da dependência totalitária de uma estrutura de abastecimento indireto, se de uma hora para outra tudo falhe? Porque nisto há um sistema de troca envolvido, o trabalho paga tudo o que ali em torno se constrói; mas se não há mais o trabalho, como manter-se dentro desta estrutura e por quanto tempo?
Refletindo sobre isto, qual é a base da nossa existência física e o que nos alimenta a sobrevivência? De onde retiramos tudo aquilo o que mais importa para nos manter vivos perante os nossos corpos físicos e espirituais?
Quando abandonamos e deixamos para trás a nossa origem e essência humana , que é antes de tudo , a nossa interação com a terra e a natureza, que alimenta física e espiritualmente o nosso ser, somente da distância em que nos colocamos desta e na falta total dela e que nos damos conta da importância vital de estarmos próximos dessa energia primordial, que desde o início da formação da vida planetária nos pertence naturalmente; só a ilusão nos fez abrir mão desse direito, pois a natureza é abundante e para todos.
A vida é reflexão, a vida é ensinar a todo o momento e cabe a nós fazer a leitura e aprender com as lições para não repeti-las.
Este é um momento de chamamento para cada um de nós olhar para aquilo que nos coloca em pé, para aquilo que verdadeiramente nutre o nosso corpo e a nossa alma, aquilo o que realmente importa para viver em um mundo conforme Deus nos ofertou e na estrutura de viver melhor ; não querer ver é direito de cada um, mas contudo não se pode dizer que diante dos nossos sofrimentos não está escrito as respostas para as nossas próprias perguntas.
Gilda Silva